quinta-feira, 1 de julho de 2010

Soluna

Aprender a ser só, ser solta, solteira.

Aprender a parir o homem que há em mim.

A dor e o prazer se alternam na busca de ser só.

Eu que sou Lua, me vejo agora em eclipse.

Na sombra da Terra, nua Lua estou.

Despida de brilho exterior, posso me ver melhor.

Aprendo a parir o brilho-Sol que há em mim.

E quem disse que sem Sol não há Lua?

Há sim. Lua Negra.

Me encontro aí, neste exato instante.

Entre a minguante e a promessa de renovação.

A alegria e a tristeza se alternam na busca de ser Sol.

Ser Luna-Solar.

Inverno e verão, não.

Agora serei primavera.

Sol e Lua em harmonia. Serei noite e serei dia.

Serei só, integradamente indivisível.

Fêmea e macho no casamento perfeito dentro de mim.

Flores brotam das minhas mãos.

Colorida ação da mulher se faz na solitude solunar.

Na busca de ser soluna, só una, una.

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