sábado, 29 de maio de 2010

ode às mulherzinhas

Ser mulher entre mulheres. Mulher é um bicho com a cabeça na lua, a gente cantou. Um gato meditou se aproximando com mais intimidade, assim que confundimos sua cabeça com uma cantoria. Demos e recebemos. Costuramos a cabeça. Sentamos que nem paralítico. Exageramos em tudo, tudo, tudo. Confiamos a nossa casa às outras. Mexemos com fogo e o fogo mexeu com a gente. Disse que não lembraria do conto. Então invento: A lua já estava na nossa frente quando chegamos. O gato não queria conversa. O altar esperava as comidas. O potinho roxo secava tranquilo esperando os morangos. Algumas amigas seriam novas. Outras já tinham se visto antes. Cada uma mostrava na conversa suas paixões. Coração de geral aberto. O ar branco relaxava os maxilares e o riso ficou frouxo. Todas elásticas gostam de tudo um pouco mais. Algumas já menstruam juntas. Na sala roda, no quarto cama, na cozinha inhame, no banheiro várias vezes os líquidos que não conseguimos conter. Lassidão. Somos líquidos lunares em corpo de carne. Então o conto termina: da lua ao sol, flores e pessoas nas mãos, olhares performáticos de nós, concentração e fuga. A bolha feminina regada fora expandida quando encontrou espelhos ambulantes nos carros e nas calçadas. E pra não forçar a barra: o homem é um pinto com a cabeça na lua, não, no sol. Eu sou Cabeçanalua e eu falei.

Um comentário:

  1. Ri e chorei com você e sua líquidas palavras lunares!

    Te amo amiga minha!

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